quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sintra no despertar de Dezembro

O primeiro dia Dezembro foi o dia de recuperar as manhas vividas na companhia da Serra de Sintra.

Há muito que os pedais não sentiam o meu pé no encaixe e o Pedro, como sempre, encheu-se de paciência e foi o meu desafiador para enfrentar as subidas que a Serra de Sintra nos reserva.

A pedalada começou pelas 8h50, com os patos bravos e sua ninhada a darem-nos as boas vindas. A longa subida que nos leva ao coração da Serra lá estava à nossa espera, mas como o Sol não apertou muito, foi degustada numa amena cavaqueira que à muito saudava. Enquanto o ar fresco da manha entrava pelos pulmões a dentro expulsando os vestígios de nicotina que os cigarros têm vindo a depositar.

Volvida a meia dúzia de kms de subida, viramos em direcção ao Palácio da Pena e percorremos as muralhas dos seus jardins até a inesperada parede que liga a Praça de São Pedro de Sintra à capela de Santa Eufémia. O seu Miradouro roubou-nos largos minutos com a sua estrondosa vista, que nos deixa acima das nuvens.

Já que a manha estava destinada à descoberta, descemos pelo lado oposto e fomos surpreendidos com a antiga Pousada da Floresta, que emerge um pouco abaixo da capela de Santa Eufémia, no meio de uma densa vegetação que nos deliciou com uma sensação de descoberta e aventura semelhante às séries televisivas de miúdos à procura do tesouro, com um brinde a saltar nas nossas costas, a fabulosa vista do Palácio da Pena, que majestosamente domina a Serra.

As bicicletas não são bem vindas aos jardins dos monumentos, pelo que apreciamos as vistas pela parte de fora e rumamos ao Castelo dos Mouros. Mais uma vez a porta de entrada foi o nosso limite e num percurso à revelia procuramos explorar um trilho que o contorna, mas depressa se tornou demasiado denso para continuar e fomos forçados a inverter a direcção.

A estrada foi nossa parceira e levou-nos ás portas do Palácio da Condessa da Edeira, mas pouco se vê da entrada. Mais umas voltas pelas maravilhas da Serra e apontamos armas para um single track, que provavelmente o melhor que alguma vez pedalei, o trilho dedicado ao "Dimas" é impossível de descrever. Acompanhado de um riacho lindíssimo, alberga um cem numero de pontes, em grande parte é coberto pela copa das árvores de uma beleza sem igual, ao longo dos seus +/- 2,5km, acabando por desaguar na barragem da Mula.

Em resumo, uma manha em que 3 dedos chegaram para contar as dezenas de kms percorridos, documentados com carradas de fotos, quilos de emoção, satisfação e prazer de desfrutar dos encantos da Serra de Sintra e da companhia do Pedro, um amigo à imagem da Serra, sem igual.